As linhas seguintes não brotaram das desgastantes situações literárias de Aluísio de Azevedo e não buscam paralelo ao renomado seriado mexicano, as linhas seguintes tem o propósito de registrar para se olvidar que o esquecimento apeteça esta história, que de estória, certamente teve muitas. O segundo semestre de 2007 trouxe mudanças ao Grupo Arquitetos, mudanças de estrutura gerencial e também mudanças físicas consideráveis, sendo as segundas o objeto de interesse destas linhas.
Na referida data o escritório abandonou sua sede no tradicional Edifício Trade Center na Contorno, a parede laranja ficou para trás assim como momentos agradáveis e amigos de longas arquiteturas. A partir daquele momento o Grupo se estabelecia no Bairro Funcionários, numa casa nada engraçada, que tinha teto e muitos outros encantos. A casa onde o Grupo residiria até 2011 estava imersa numa ilha atemporal na Rua Rio Grande do Norte, uma vila que com outras 17 casinhas compunham um conjunto de extrema harmonia, produziam um refúgio privilegiado.
Na rua um portão de diminutas dimensões em ferro fundido não revelava o interior da vila, portão este sempre vigiado pela senhorinha que sempre repetia sua dúvida “ você mora aqui”… a senhorinha era um dos muitos personagens que compunham este conto de fadas urbano, que acolhia também o vendedor de iogurtes, que com seu bigode encerado pedalava Savassi a fora divulgando seus quitutes. Os ouvidos tinham de estar atentos, a bailarina cantava divinamente e as notas do violão de Luiz trazia devaneios… Tinha também a menina dos mosaicos, que, num trabalho de formiguinha trazia mais beleza ao conjunto ali edificado. Conjunto edificado extremamente ensolarado, onde trepadeiras floridas perfumavam o ambiente, que, vez ou outra era perfumado pelos aromas das cozinhas e das vidas 18 vidas privadas ali residentes.

o charme e o aconchego de uma vida cercada por gente e o sólido e firme estilo cercado por concreto! Cada um carregando seu ônus e bônus…

Retórica à parte o Grupo Arquitetos participou com prazer deste pontinho feliz da história da cidade onde muitas vilas existiram e ainda hoje algumas persistem a duras penas. Em 2010 foram chegando boatos, logo seguidos de telegramas lacrimosos a informar que a Vila estava a agonizar. Pouco a pouco os personagens foram encerrando duas cenas e tomando novos rumos. Em 2011 a singela vila ganhou tapumes, personagens não tão sorridentes reduziam a pó o picadeiro de muitas histórias, um senhor alto de linhas contemporâneas ganhava forma aos poucos e hoje, quem por ali passar não tem os sentidos tão aguçados como teria outrora.