Uma viagem sempre revela novas arquiteturas!

Turismo arquitetônico muito surpreendente é o que será transcrito nesse texto, o terceiro da linha da arquitietagem, e o primeiro feito “abroad”. Ah Chicago, quantas magníficas referências e repertório riquíssimo em seu primor arquitetônico e paisagístico.

Cortada por um extenso rio e às margens do enorme Lago Michigan, ninguém poderia imaginar que Chicago, exuberante nos dias atuais, foi destruída por um grande incêndio em 1871, que se alastrou por toda a cidade, deixando 300 mortos e 90 mil desabrigados.

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Atraindo muitos arquitetos de renome, que queriam participar ativamente do processo de reconstrução, a cidade se reergueu e através de um detalhado planejamento urbano se tornou conhecida mundialmente por sua arquitetura e engenharia. A cidade em madeira deu lugar aos inúmeros arranha-céus em estrutura metálica, formando uma deslumbrante Skyline vista do Lago nos (poucos) dias azuis durante o ano.

Cidade limpa, cidade linda, e que reúne grandes exemplos da mais primorosa arquitetura. Mies van der Rohe e seu “Menos é mais”, que se impõe em forma de grandiosos edifícios metálicos e envidraçados. Frank Lloyd Wright e a Robie House, exemplo de um perfeito equilíbrio entre os planos horizontais, extensos balanços, entrada de luz e um interior acolhedor, com mobiliário desenhado pelo próprio arquiteto.

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E os mais recentes, destacados por todo lado pelos materiais cores e forma, como o Aqua Tower, da arquiteta Jeanne Gang, o mais alto edifício do mundo projetado por uma mulher. De fato, é de encher os olhos, ver uma espécie de “concurso” arquitetônico se materializar em forma de cidade.

Cidade para as pessoas. Cidade onde pedalando chega-se mais rápido em seu destino do que de carro. Mais rápido e mais prazeroso. Cidade onde caminhando é possível aproveitar cada detalhe ou atração que seus espaços públicos têm para oferecer. Cidade que parece ter sido minuciosamente pensada para valorizar cada elemento natural a compõe. Onde se aproveita a conexão entre rio, lago e parques com grandes infraestruturas, como as antigas linhas férreas suspensas ainda em atividade como transporte público urbano.

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Ah Chicago! Se não fosse pelos seus nove meses de frio intenso. Se não fosse pela neblina que a invade inesperadamente no meio do dia, tornando seu skyline invisível. Seria muita perfeição tê-la com um clima tropical.

Mas o imperfeito torna-se perfeito quando seus cidadãos se acostumam com o charme da névoa branca em sua janela do 40º andar. Quando o contato com o céu pode também ser muito gratificante. E quando a chegada do verão leva à espontânea ocupação dos espaços da forma mais pura que ela pode existir. Do subsolo, às ruas, aos topos. Do inverno ao verão. Cidade que renasceu das cinzas. Charmosa, Chicago.