Será o BIM o futuro da Arquitetura e Engenharia no Brasil e no Mundo?

Esta é uma pergunta que frequentemente escuto de muitos profissionais do setor da construção civil com quem tenho contato e, em especial, arquitetos e engenheiros projetistas. Não é raro que vários destes, em geral muito receosos em migrar para uma nova plataforma de trabalho, me fazem esta pergunta já aguardando como resposta um eloquente “NÃO”, seguido de desculpas como “ainda faltam bibliotecas de materiais para o padrão brasileiro” ou “ainda temos uma longa data para que todos os profissionais e fornecedores brasileiros comecem a se adequar a esta nova Tecnologia BIM – Building Information Modeling”.
Sinto que preciso informar a estes profissionais que o BIM não somente será o futuro da Arquitetura e da Engenharia no Brasil e no Mundo, como na verdade, já está presente no dia a dia de nossas atividades profissionais.

bim-millenium falcon na velocidade da luz

Os benefícios de se projetar em BIM são muitos e aqueles que já passaram da fase de transição podem confirmar os diversos ganhos em produtividade em comparação com o antigo sistema de CAD.
Muitos clientes do setor privado e público já estão cientes dos inúmeros benefícios deste sistema e não são raros os editais de licitações e contratos que já exigem o uso desta poderosa ferramenta.
No exterior, em especial nos EUA e Europa, é quase inimaginável encontrar grandes e médias empresas de projetos no setor da construção civil que ainda não migraram para esta plataforma definitivamente.

Mas afinal, o que é o BIM?

BIM significa “Building Information Modeling” ou, traduzindo, algo como “modelo de construção com informação”.
Pode parecer recente, mas é uma tecnologia que surgiu entre o final da década de 70 e o começo da década de 80. No entanto, somente na última década, muito em função da evolução de nossos hardwares, é que a tecnologia tem ganhado viabilidade e popularidade no meio técnico.
E quais os principais diferenciais do BIM? O que o faz ser considerado uma “nave espacial” frente o nosso velho conhecido sistema CAD?
Enquanto o CAD é basicamente uma plataforma de desenho, ou mais comumente chamado pelos nossos queridos arquitetos brasileiros de “prancheta eletrônica” (na prática, realmente não se diferencia muito dela) o BIM eleva a experiência de se projetar a um novo patamar.

Para começo de conversa, já não se projeta mais em 2D e sim em 3D. A simplificação advinda do projeto em duas dimensões acaba e começamos realmente a esculpir os nossos projetos em um ambiente virtual. Mas não é só isso, caso contrário, o sistema BIM não traria tantas diferenças em relação aos tradicionais softwares de modelagem virtual.
Na realidade, a união entre a “modelagem” e mais particularmente, a “informação”, é o que faz o seu grande diferencial.
Quando modelamos uma parede, não modelamos somente uma massa volumétrica que é representada visualmente em um ambiente 3D, mas sim um componente que possui diversas informações, como por exemplo, as camadas de materiais que constituem essa parede (tijolo cerâmico, reboco, pintura, por exemplo), o dimensionamento de cada uma dessas camadas, suas principais características, sua especificação, seu fornecedor, seu custo, seu quantitativo, suas propriedades térmicas, acústicas e qualquer outra informação que seja relevante ao projeto.
Soma-se a isso a capacidade dos softwares em realizar a parametrização assim como a automatização na geração dos tradicionais documentos em 2D e “voilá”: temos uma verdadeira revolução.

Além disso, ainda são grandes os desafios referentes à capacitação profissional no uso desta plataforma. Uma coisa é possuir uma nave espacial. Outra é saber pilotar bem esta nave.
Os arquitetos e engenheiros devem passar não somente pela capacitação no uso do software, mas também devem aprender a projetar de uma forma que não era usual com o CAD. E como em toda grande mudança, é necessário perseverança e adaptação destes profissionais. Os que não tiverem ou se proporem a desenvolver estas habilidades, estarão fadados a serem colocados de lado pelo impiedoso “senhor mercado”.
Nós do Grupo Arquitetos já estamos desde 2012 aprimorando nossa capacidade de operação desta inovadora ferramenta, que já nos tem proporcionado diversos ganhos e benefícios, tanto na produtividade de nossa empresa quanto na qualidade e na flexibilidade de documentação para os nossos clientes.