Pandemia, vespas assassinas, abelhas extintas, cataclisma climático… é… fazer arquitetura no futuro me parece um desafio de sobrevivência, um desafio de blindagem e preservação da vida. Vou então entrar numa era Mad Max e projetar o que seria a casa, sua célula (ou cela) básica para sua sobrevivência.
Sim. Home office virou a regra, o ar lá fora está pútrido e você não se sujeitará a ele. Sair de casa? Não, nunca… você pode morrer congelado, ou infectado, ou comido (#fiqueemcasa). Mas supondo uma saidinha extremamente necessária que seu drone não consegue resolver por si, você irá utilizar sua capsula móvel e estanque, para não ter contato com a Dona Morte.
De volta à sua célula? Antes de entrar você passa pela câmara de desinfecção. Retire os sapatos e roupas e insira os mesmos no compartimento de lavagem. Todos os objetos e utensílios devem ser depositados na esteira de higienização e esterilização. Comidas e bebidas, você já sabe, são abastecidos pela “Corte” via correio pneumático, e ai de você se não respeitar sua cota racionada. Manter-se saudável virou lei, bebidas alcoólicas, gorduras saturadas foram proibidas, assim como o açúcar. (Abstraia, isso é outra pauta).
Sem lenço e sem documento você pode finalmente entrar em sua célula, ou melhor, entrar no closet e colocar seu macacão (roupas também são racionadas e padronizadas). Sua Célula é seu mundo, sua vida. Ela comporta tudo o que você precisa para sobreviver.
O screen é um elemento muito importante, é sua janela com o mundo, com os amigos (caso tenham sobrevivido assim como você) ou seus relacionamentos sexuais virtuais (o convívio social está proibido, sim… você vive só, todos vivem só). O screen é onde você trabalha e o rastreador por onde você também é devidamente monitorado pelo Sistema.
Atividade física? Bom… você pode se divertir na esteira, fazer um jogo com os hologramas de seus amigos, praticar luta com seus ídolos marciais. Tudo é uma questão anabólico-metabólica. Tudo são estímulos quimicamente incentivados, ou seja, pílulas.
Pessimista? Não… Agnóstico, certamente. Mas… já parou pra pensar em todo o sentido de nossa vã filosofia? O porque? Qual o sentido da vida se não uma afinidade entre átomos? Só sei que Cher já descobriu como parar o tempo a tempos, e ninguém se dá conta disso.
Eu não sei se estou mais assustado ou impressionado.
Black MIrror is real!
Gostei destas coisas, viu?