Como cantando Malandro em Paris, quem neste mundo não quer LA VIE EN ROSE? Arquitetura se aprende em sala de aula, livros, congresso, e com um bom tênis no pé a desbravar sua rua, seu bairro, seu mundo e outros mundos mais. Desbravando mundos mais fui ter em Paris ainda estagiário no Guerin & Pedroza Equipments, na Rue Richer, cote de l-Opéra Garnier. Vinte e poucos anos, muitas expectativas e olhos extremamente atentos. Em terras tupiniquins a muito meu gosto pela arquitetura pública vinha se aprumando, particularmente as edificações escolares sempre me despertaram paixão, me levavam de volta à infância, tanto às brincadeiras ou ao pavor da tabuada. Em meio a croissants e a Bordeaux fui me envolvendo numa produção arquitetônica nova, com outras conotações e realidades. Momento feliz de uma memória marcante, essa vivência entrou em erupção a poucos dias quando navegando me deparei com uma arquitetura que me pareceu familiar, mais que isso, era possível reconhecer traços, inspirações e muitas horas extras dispendidas no 9º quartier. Como uma regressão a vidas passadas a Escola de Igny se materializou, enchendo os olhos com lembranças arquivadas bem lá no fundo.

Localizado no vale do Bièvre, Igny tem um ambiente natural relativamente preservado. Um grande bosque comunal é plantado a noroeste, os Bois Brûlés, que ocupam sessenta e seis hectares, completados a sudoeste por La Normandie, que ocupa dezessete hectares, parte integrante da floresta de Palaiseau.

Igny está a um pulo de RER de Paris, reuniões de aprovação do projeto eram sempre desejadas pra variar o cotidiano metier dentro do escritorio. A escola é pequena, mignon, contem traços bem contemporâneos e ambiências extremamente agradáveis e lúdicas, com questões coerentes em sustentabilidade e conforto. Certo que numa próxima viagem será preciso uma selfie específica.